Produzir conteúdo artístico é um processo de existência conflitante, pois, da mesma forma que podemos ser amados pelo que produzimos, podemos ser odiados na mesma intensidade.
Como a arte é algo que satisfaz principalmente o subconsciente, isso a torna imprevisível. Por outro lado, diferente de outras profissões, para nós que devotamos todos os nossos esforços para a produção artística, passamos a viver em um paradoxo constante de não saber que tipo de emoção iremos evocar naqueles que leem e observam.
E dentro dessas questões é possível notar uma constante artística que vai e volta no decorrer da história da arte: o conceito de perfeição. Todo ser humano é condicionado a selecionar o que tem ao seu redor e é óbvio que a arte não escapa desse processo de seleção.
Mas posso dizer que a maior enganação de qualquer autor é acreditar que sua obra precisa ser perfeita para ser aceita pelas pessoas que irão consumir seu trabalho.
Como para a arte nos dias atuais não se tem critérios que consigam digerir todas as suas variantes, percebemos que o conceito de perfeição ficou para a história da arte em tempos passados. O processo artístico é tão flexível e mutável que qualquer taxação de perfeição logo é questionada e derrubada.
Já é de conhecimento geral que a apreciação da arte vai muito além dos quesitos técnicos de sua produção. Como disse anteriormente, é parte de um processo de satisfação pessoal do seu subconsciente, algo que normalmente no dia a dia não é preenchido e que somente a arte em sua subjetividade consegue suprir.
Mas fica a questão: como, dentro de tantas variantes – a maioria de caráter subjetivo e pessoal -, o autor se cobra a perfeição?
É o que eu costumo chamar de “egocentrismo artístico”. Tal termo não é novidade nem no meio formal editorial e nem no meio informal freelancer. Um denominação associada à auto cobrança constante de algo que é simplesmente impossível.
perfeição
s. f.
1. Acto de acabar ou aperfeiçoar alguma coisa.
2. O grau de excelência, bondade ou beleza a que pode chegar alguma coisa.
fonte: http://www.priberam.pt/dlpo/
E por que o autor se condiciona a esse ciclo vicioso? O medo pela não aceitação é fator recorrente nesse tipo de situação, tendo como agravante a intolerância ao erro. Esse desapego excessivo é algo que vem e volta na história da arte, mas atualmente o vejo como principal motivo para muitos projetos jamais saírem do mundo das ideias.
Por que temos tanto medo de errar? Por que rejeitamos o erro? Por que Julgamos tanto assim o erro? Todas essas perguntas estão em função da busca pela perfeição utópica.
É como se o autor tivesse a obrigação de sempre ser inovador, criativo, Pop e tudo que ele produzir ser amplamente reconhecido, citado e amado.
Quando, na verdade, não é assim, nunca foi e, provavelmente, nunca será.
Nesse ponto do texto faça um simples teste mental e veja se algum das frases abaixo já te impediu de terminar alguma obra:
- “Ainda sou verde/ iniciante para produzir algo assim. Prefiro não passar vergonha!”
- “Saiu um filme sobre o mesmo tema. Não é a hora. Vou esperar!”
- “Outro artista mais conhecido fez algo parecido. Vão dizer que o meu é plágio. Vou esperar!”
- “Terminei de revisar pela 3°x. Estou pensando em revisar uma 4°x.”
- “Fiz o início há muito tempo e a obra não combina mais comigo. Vou fazer tudo de novo!”
- “Não acho que esse seja o momento ideal para uma estória como a minha. Vou esperar!”
- “As pessoas não são sensíveis ao meu tipo de arte. Prefiro esperar um momento melhor!”
- “Não tenho tempo de fazer como eu quero então vou esperar ter mais tempo!”
- “Não acho que essa obra represente o que eu sou. Prefiro parar essa e começar outra!”
Por que o autor nunca está satisfeito?
- Porque nunca estará!
A maior parte de nós tem de dosar a auto crítica para se permitir crescer sem procrastinar e se desenvolver sem estancar no ego.
Por isso, pense naquilo que está produzindo como uma etapa, o que, de fato, realmente é. Não veja sua obra como um “divisor de águas” de sua vida mortal para o resplendor artístico profissional.
Conclua suas produções, feche ideias e se permita seguir em frente. Não use uma obra como âncora de sua vida, mastigando e remastigando até toda a energia vigorosa de produção e criação se tornar uma penosa via crucies de remodelações inconclusivas em prol de um objetivo inexistente.
Pense, Produza, Conclua e dê mais um passo.
Amei essa postagem, e eu estava precisando ler algo assim.
Se não se importarem, eu colei um pedacinho da matéria no meu blog. Dei os créditos a esse blog e coloquei o link pra quem quiser acessar.
O link do meu blog é esse: http://priihfrasnelli.blogspot.com.br/2013/07/li-um-texto-muito-bom-hoje-postado-num.html
Se não permitirem a reprodução do conteúdo, mesmo com o link, me avisem que retiro sem problema nenhum. ^^
Abração!
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Ficamos muito lisonjeadas com o apreço, Priscilla e de forma alguma nos opomos à postagem consciente em seu blog. Acima de tudo, ficamos ainda mais felizes em saber que nosso conteúdo está auxiliando na promoção de conhecimento e perseverança ao nosso público, o que significa que nosso trabalho é efetivo em seu objetivo.
Muito obrigada pela preferência e apoio quanto à divulgação deste blog. ;3
E continuemos o contato, certo? Seja bem-vinda sempre aqui! ^^/
Abração de volta! o/
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Poxa, fico muito feliz que tenham gostado!
Com certeza esse é um conteúdo que merece ser lido por muitas pessoas, principalmente porque às vezes o que mais precisamos é desse tipo de motivação!
Imagina, não foi nada! Agradeço também por poder compartilhá-lo no meu cantinho hehehe. :3
Agora que percebi que foram vocês que me deram watch no DeviantArt. Muito obrigada, é um prazer ser seguida por pessoas talentosas como vocês. *o*
E claro, mantenhamos o contato, vou adorar!
Abração!
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